CAIADO LARGA NA FRENTE

 

 

Não se trata de pesquisa sobre as eleições de 2026 a boa posição do governador Ronaldo Caiado, mas de sua intenção em disputar o Palácio do Planalto.

E quando o assunto é o “largar na frente”, Caiado já está “em campanha”. A palavra entre aspas é porque a legislação eleitoral estabelece um calendário rigoroso para candidatos em busca de votos. Acontece que Ronaldo Caiado se assumiu como pretendente à sucessão de Lula e sua agenda de governador de Goiás mostra que em três meses já esteve em oito estados e o discurso oferecido aos eleitores é bem definido – ele é um candidato de direita assumido.

Mas é importante que fique registrado: Caiado não é um cristão novo na direita brasileira.

Sua identificação com valores da direita – defesa da propriedade, livre iniciativa, combate sem trégua à bandidagem – vem desde seu tempo como presidente da União Democrática Ruralista (UDR), entre 1986 e 1989, quando enfrentou invasões de terras e ajudou a mostrar para o Brasil as intenções criminosas do MST.

Outro valor de Ronaldo Caiado: não está falando com subterfúgios ou narrativas. Se for eleito garante anistia aos envolvidos e processados pelo 8 de janeiro de 2023 e se Jair Bolsonaro for condenado, promete indulto ao ex-presidente.

Esse “largar na frente” de Caiado tem um apelo irresistível ao grande eleitorado de Bolsonaro. Nenêm Prancha, um frasista do futebol, dizia que “quem pede recebe, quem desloca tem preferência”. Caiado está em pleno deslocamento para ganhar o Planalto.

Durante a pandemia, Ronaldo Caiado criticou o “negacionismo” de Bolsonaro e, mais tarde, se desentendeu com o ex-presidente nas eleições do ano passado. No entanto, Caiado já fez as pazes com Bolsonaro. Esteve com ele, no palanque, nas duas últimas manifestações realizadas em São Paulo.