Estreito de Ormuz: Avaliando a ameaça aos fluxos de petróleo através do Estreito

O  Estreito de Ormuz  é um canal estreito, com aproximadamente 48 quilômetros de largura em seu ponto mais estreito, entre a Península de Musandam, em Omã, e o Irã. Ele conecta o Golfo Pérsico ao Golfo de Omã. O estreito é profundo e relativamente livre de perigos marítimos. Sua profundidade é maior perto da Península de Musandam e diminui à medida que se avança para o norte, em direção à costa iraniana.

Geralmente, o tráfego comercial através do Estreito flui através do Esquema de Separação de Tráfego (TSS) designado ao norte da Península de Musandam, mas a água também é profunda o suficiente para que navios de grande porte naveguem por uma Zona de Tráfego Costeiro ao sul da ilha omanense de Didimar. As profundidades nessa área chegam a mais de 208 metros, mas o governo omanense restringe o acesso a essa área a embarcações menores em situações normais de paz. Antes de 1979, a Zona de Tráfego Costeiro servia como o principal canal de navegação através do Estreito.

O gráfico abaixo mostra uma visão geral das diferentes profundidades do Estreito. Observe que, se necessário, VLCCs totalmente carregados poderiam navegar com segurança pela maior parte do Estreito – não apenas pelo TSS.

RECURSOS

Golfo Pérsico

O Estreito contém oito ilhas principais, sete das quais são controladas pelo Irã.  O Irã  e os Emirados Árabes Unidos discordam quanto à propriedade das ilhas estrategicamente localizadas de Abu Musa, Grande Tunb e Pequena Tunb. No entanto, o Irã mantém presença militar nessas ilhas desde a década de 1970. Além disso,  a Marinha iraniana  tem fácil acesso ao mar aberto a partir das bases em Bandar Abbas, Büshehr e Chah Bahar. O controle iraniano de fato dessas ilhas certamente fortalece a influência iraniana nas águas do Estreito.

Área insegura para petroleiros

Legenda: Mapa que mostra a batimetria do Estreito (Nota: “Inseguro” para petroleiros indica que a profundidade da água naquela área é inferior a 25 metros – um superpetroleiro totalmente carregado terá calado, ou a altura do navio abaixo da superfície do oceano, de 20 a 25 metros)

O gráfico à direita mostra uma visão geral das diferentes profundidades do Estreito. Observe que, se necessário, VLCCs totalmente carregados poderiam navegar com segurança pela maior parte do Estreito – não apenas pelo TSS.

Visibilidade

A costa do Golfo do Irã geralmente não é propícia à habitação humana e ao desenvolvimento devido à topografia e ao clima: geralmente árida e insuportavelmente quente. No entanto, extensas operações petrolíferas no sul trouxeram algum desenvolvimento à região.

O clima é seco e quente o ano todo, sendo julho e agosto os meses mais quentes. Poeira, neblina matinal e neblina podem dificultar a visibilidade no Estreito. A neblina de poeira é mais comum na costa sul do Irã, especialmente durante os meses secos de verão. Ventos offshore permanentes trazem umidade e poeira e, em seus momentos mais fortes, podem representar riscos para as operações de carregamento de  navios petroleiros  no Golfo.

Fonte: Strauss Center