A Queda do Muro de Berlim, por Ivan Almeida

 

 

A Queda do Muro de Berlim foi um evento histórico que ocorreu no final da Guerra Fria, simbolizando o colapso do comunismo na Europa Oriental. O Muro de Berlim foi construído em 1961 pela Alemanha Oriental para evitar que os cidadãos fugissem para a Alemanha Ocidental, que era democrática e capitalista.

O momento crucial aconteceu em 9 de novembro de 1989, quando o governo da Alemanha Oriental anunciou que seus cidadãos estavam livres para atravessar as fronteiras. Milhares de pessoas se reuniram nas fronteiras, incluindo Checkpoint Charlie, ansiosas para cruzar para o outro lado.

Os guardas de fronteira, inicialmente confusos e sem instruções claras, eventualmente abriram os portões. As pessoas começaram a escalar e atravessar o Muro, que se tornou um símbolo poderoso de divisão e repressão durante décadas. A cena de alegria, lágrimas e celebração foi transmitida para o mundo todo.

A queda do Muro de Berlim marcou o início do fim da Guerra Fria e abriu caminho para a reunificação da Alemanha em 1990. Esse evento simbólico representou a vitória dos ideais democráticos sobre o comunismo na Europa e teve um impacto duradouro nas relações internacionais.

O Muro de Berlim tinha aproximadamente 155 quilômetros de extensão. Ele dividia a cidade de Berlim em duas partes: a Alemanha Ocidental, capitalista, e a Alemanha Oriental, socialista. O muro era uma barreira física de concreto, que também incluía cercas, torres de observação, campos minados e outras medidas de segurança para impedir a fuga de cidadãos da Alemanha Oriental para o lado Ocidental. O muro foi construído em 1961 e permaneceu em pé até a sua queda em 1989.

A queda do Muro de Berlim foi um evento complexo, influenciado por vários fatores políticos, econômicos e sociais. Alguns dos principais motivos incluem:

Pressão Popular: Um dos fatores mais significativos foi a pressão popular crescente na Alemanha Oriental por maior liberdade e oportunidades econômicas. Os cidadãos estavam descontentes com o regime autoritário, a falta de liberdades individuais e as condições econômicas precárias.

Mudanças Políticas: A liderança na União Soviética estava passando por mudanças com Mikhail Gorbachev introduzindo reformas como a “glasnost” (transparência) e “perestroika” (reestruturação). Essas mudanças também influenciaram os países do Bloco Oriental, encorajando reformas políticas.

Desafios Econômicos: A economia da Alemanha Oriental estava em declínio, enquanto a Alemanha Ocidental prosperava. A disparidade econômica entre os dois lados do Muro tornou-se cada vez mais evidente.

Erro de Comunicação: Em 9 de novembro de 1989, um erro de comunicação levou a um anúncio equivocado por parte do governo da Alemanha Oriental sobre a abertura das fronteiras. Isso levou a uma aglomeração nas fronteiras e os guardas, sem instruções claras, permitiram que as pessoas atravessassem o Muro.

Pressão Internacional: A comunidade internacional, especialmente os países ocidentais, pressionou por mudanças e a reunificação da Alemanha. A Guerra Fria estava chegando ao fim, e a União Soviética estava se retirando do controle direto sobre os países do Bloco Oriental.

A combinação desses fatores culminou na queda do Muro de Berlim em 1989, marcando o início do fim da Guerra Fria e abrindo caminho para a reunificação da Alemanha.

Vários políticos e líderes desempenharam papéis importantes na queda do Muro de Berlim. Alguns dos principais envolvidos incluem:

O líder da União Soviética na época, Mikhail Gorbachev, implementou reformas como a “glasnost” e “perestroika”, que influenciaram as mudanças políticas na Europa Oriental, incluindo a Alemanha Oriental.

O chanceler da Alemanha Ocidental, Helmut Kohl, desempenhou um papel crucial no processo de reunificação alemã. Ele defendeu a reunificação e trabalhou para superar as preocupações internacionais sobre uma Alemanha unificada.

O líder da Alemanha Oriental na época da queda do Muro, Egon Krenz sucedeu Erich Honecker. No entanto, ele enfrentou desafios para manter o controle, especialmente devido à pressão popular por reformas.

Membro do Politburo da Alemanha Oriental, Guenter Schabowski fez o anúncio que levou à abertura das fronteiras, embora tenha sido um mal-entendido. Seu papel na comunicação desse anúncio desencadeou a aglomeração nas fronteiras.

Os presidentes dos Estados Unidos, George H.W. Bush e Ronald Reagan, durante o período desempenharam papéis importantes ao pressionar por reformas democráticas e apoiar a reunificação pacífica da Alemanha.

Esses líderes desempenharam papéis diferentes, mas seus esforços e decisões contribuíram para o ambiente político que levou à queda do Muro de Berlim e à subsequente reunificação alemã.

A Organização das Nações Unidas (ONU) não emitiu uma posição oficial específica sobre o Muro de Berlim durante sua existência. No entanto, a construção e a manutenção do Muro foram frequentemente criticadas por violar os princípios de liberdade de movimento e direitos humanos.

A divisão de Berlim e da Alemanha como um todo foi um tema discutido na ONU ao longo dos anos, com muitos países expressando preocupações sobre a situação na Europa Oriental durante a Guerra Fria. No entanto, como a Guerra Fria envolvia principalmente os Estados Unidos e a União Soviética, a questão muitas vezes estava no centro das tensões entre essas superpotências e não era tratada de maneira abrangente pela ONU.

Após a queda do Muro de Berlim e a subsequente reunificação da Alemanha em 1990, a ONU reconheceu e saudou a reunificação como um desenvolvimento positivo. A reunificação representou uma mudança significativa nas dinâmicas geopolíticas da Europa, marcando o fim da Guerra Fria e o surgimento de uma Europa mais unificada.

O Muro de Berlim foi construído pelo governo da Alemanha Oriental, a República Democrática Alemã (RDA). A decisão de construir o muro foi tomada pelo líder da RDA, Walter Ulbricht, e foi implementada em agosto de 1961. A construção do Muro foi uma resposta à intensa emigração de cidadãos da Alemanha Oriental para a Alemanha Ocidental, que era uma democracia capitalista.

A RDA alegou que o Muro era necessário para proteger seu povo do que eles consideravam como influências negativas do Ocidente. No entanto, o Muro também foi uma manifestação física da divisão ideológica entre o bloco comunista e o bloco capitalista durante a Guerra Fria. A construção do Muro de Berlim simbolizou a divisão da cidade e do país em duas partes distintas, com diferentes sistemas políticos e econômicos.

Estima-se que ao longo dos 28 anos em que o Muro de Berlim esteve de pé, cerca de 5.000 a 5.500 pessoas conseguiram fugir da Alemanha Oriental para a Alemanha Ocidental pulando o Muro, usando túneis secretos, balões, barcos improvisados e outros meios criativos. Essas fugas eram arriscadas e muitas vezes perigosas, resultando em perseguições, prisões e, em alguns casos, tragédias.

A construção do Muro começou em 1961, e a fuga de pessoas continuou até a queda do Muro em 1989. A queda do Muro de Berlim em novembro de 1989 marcou o fim das restrições à livre circulação entre as duas Alemanhas e foi um evento simbólico do colapso do comunismo na Europa Oriental.

Estima-se que entre 136 e 245 pessoas tenham sido mortas ao tentar escapar da Alemanha Oriental para a Alemanha Ocidental durante o período em que o Muro de Berlim estava de pé (1961-1989). Essas mortes ocorreram em várias circunstâncias, incluindo tentativas de cruzar o Muro, fugas por túneis ou através de corpos d’água.

Os guardas de fronteira da Alemanha Oriental tinham ordens para atirar contra aqueles que tentassem atravessar a fronteira de maneira ilegal. Muitas das vítimas eram jovens que buscavam uma vida melhor na Alemanha Ocidental, e suas mortes tornaram-se símbolos trágicos da repressão do regime comunista na Alemanha Oriental. Com a queda do Muro de Berlim em 1989, as restrições de fronteira foram suspensas, marcando o fim dessa divisão e abrindo caminho para a reunificação da Alemanha.