Papa pede que todos “sujem as mãos” para combater a pobreza, por Vicente Nunes/Correio Braziliense
Num mundo cada vez mais intolerante, em que mais pessoas estão sendo empurradas para a vulnerabilidade, o papa Francisco conclamou a todos que “sujem as mãos” para combater a pobreza e fazer valer o amor e a solidariedade. O pontífice escolheu estrategicamente o local para entoar seu discurso: o bairro da Serafina, o mais pobre de Lisboa. No Centro Paroquial São Vicente de Paulo, onde a iluminação dificultava a leitura do texto preparado por sua assessoria, ele preferiu recorrer ao improviso e perguntou: “Quando dou a mão a uma pessoa necessitada ou a um doente, se tiro a mão para que não me contagie, eu tenho horror a pobreza?”. Pois então, completou, “que todos sujem as mãos”.
Dados da Organização das Nações Unidas (ONU) apontam que 2,4 bilhões de pessoas do planeta vivem em insegurança alimentar, ou seja, não sabem se terão o que comer no dia seguinte e 900 milhões estão na miséria absoluta. Para Francisco, não há como se falar em igualdade ante o fosso que separa ricos e pobres. Essa realidade brutal, na avaliação do chefe da Igreja católica, só será mudada com o esforço e uma nova atitude da juventude. “Não se prendam em cerimônias ou rituais distantes da realidade. Dirijam o olhar a quem sofre e anseia por esperança, sintam compaixão por quem está cansado, estendam a mão a quem está sofrendo”, recomendou.
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