Meu jogo: ‘Devagarinho, a gente vai evoluindo’, diz Moisés Spilere, 1º presidente assumidamente gay de um clube brasileiro, por Moisés Spilere/O Globo
*Em depoimento ao repórter Rafael Oliveira
Como que essa história veio à tona? Um colunista social aqui da região publicou no jornal a respeito do Caravaggio Futebol Clube, da segunda divisão de Santa Catarina, que tinha eleito um presidente homossexual assumido. Até certo ponto ele flerta com a homofobia no texto, quis ironizar. Aí algumas páginas de internet repercutiram a notícia e ela foi parar na grande imprensa do eixo Rio-São Paulo.
Essa repercussão nacional até me assustou um pouco. De fato eu não esperava. Como esse assunto é bem consolidado entre mim, minha família e todo o pessoal aqui da cidade, nem chegou a ser pauta durante a eleição que eu seria o primeiro presidente declaradamente gay de um clube de futebol. Porque todos sabem. É uma coisa natural já, que vem desde lá do final da minha adolescência. Não é novidade.
Claro que, quando houve a eleição, em janeiro, e saíram as primeiras notícias, aí a gente acabou conversando. Houve um embate dentro do nosso grupo de gestão. Eles ficaram preocupados com a vinculação da imagem de uma pessoa física ao clube. E o Caravaggio não tem dono. Eu estou presidente agora, depois não serei mais. O clube é da comunidade. Não é meu, não é de nenhuma empresa ou de um investidor. E a gente gostaria que ele continuasse assim.
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