Extração de gás na Argentina causa problema ambiental, denunciam indígenas, por Jéssica Maes/Folha de São Paulo

 

 

Em pouco mais de uma década, Emilce Beeguier, 33, viu mudar a comunidade de Fvta Xayen, onde nasceu, nas proximidades da cidade argentina de Añelo (1.014 km de Buenos Aires). O município é considerado o coração de Vaca Muerta, uma massiva formação geológica que abriga a segunda maior reserva de gás de xisto do mundo e também é a casa ancestral do povo mapuche.

“Antes era tranquilo. Não se ouvia nem um carro passando. Agora, com o movimento na estrada, não se pode atravessar um lado a outro como eu fazia quando era criança, por exemplo”, conta a kona (“jovem militante”, em mapuche).

O vaivém de caminhões na região se deve à exploração de combustíveis feita por “fracking”, ou fraturamento hidráulico, iniciada em 2013. A técnica usa milhões de litros de água misturados a areia e a reagentes químicos para quebrar a rocha de xisto no subsolo e extrair petróleo e gás.

Vaca Muerta colocou a Argentina entre os maiores produtores do mundo de gás e petróleo não convencionais (aqueles extraídos por meio do “fracking”) e sucessivos governos vêm investindo na exploração na região.

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