Lula é uma fantasia coletiva de metade dos brasileiros, por Mario Sabino/Revista Oeste
Depois que Lula fez exatamente o que disse que faria, presentear o seu advogado de defesa com uma cadeira de ministro do Supremo Tribunal Federal, muita gente espantou-se (ou fingiu espanto) por ele ter contrariado o que afirmara na campanha: que não nomearia um chapa seu para a mais alta corte do Judiciário, como fez Jair Bolsonaro (“nomear” é o verbo que corresponde à realidade, “indicar” é o verbo da fantasia constitucional brasileira).
Não há por que espantar-se com Lula. Nunca existiu princípio de impessoalidade para ele. Nem como líder sindical, nem como chefão de partido, nem como presidente da República. Lula é uma pessoa cuja única finalidade está em si mesmo — em atender, acima de tudo, às suas próprias conveniências.
É fato sabido, provado, registrado, mas estranhamente deixado de lado por metade dos brasileiros nas eleições. Um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores (PT), por exemplo, o sociólogo Francisco de Oliveira, que depois se filiaria ao PSol (era de esquerda de verdade), deu uma entrevista ao programa Roda Viva, em 2012, que causou imenso desconforto entre os petistas. Ele disse que “Lula é muito mais esperto do que vocês pensam. O Lula não tem caráter, ele é um oportunista”.
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