ÁGUA PERDIDA NO PAÍS PODERIA ABASTECER TODAS AS 17,9 MILHÕES DE PESSOAS QUE RESIDEM NAS FAVELAS DO BRASIL POR CERCA DE UM ANO E MEIO/TRATA BRASIL
Recurso essencial e básico para a população, o acesso à água potável impacta diretamente a qualidade de vida do cidadão. No Brasil, ainda existem 33 milhões de brasileiros que sofrem com a ausência de água tratada. A situação torna-se ainda mais preocupante quando analisada a grande ineficiência no controle de perdas do recurso hídrico, em que mais de 40% da água é desperdiçada antes de chegar nas residências do país – entre algumas causas de perdas, estão: vazamentos, erros de medição e consumos não autorizados.
Diante desse cenário, o Instituto Trata Brasil, em parceira com a GO Associados, divulga a nova edição do estudo: “PERDAS DE ÁGUA 2023 (SNIS 2021): DESAFIOS PARA DISPONIBILIDADE HÍDRICA E AVANÇO DA EFICIÊNCIA DO SANEAMENTO BÁSICO NO BRASIL”. O estudo foi elaborado a partir de dados públicos do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS, ano base 2021) e compreende uma análise do Brasil, de suas cinco macrorregiões, das 27 Unidades da Federação e também dos 100 municípios mais populosos do país, que figuraram no Ranking do Saneamento 2023.
Entre os gargalos a serem superados pelo país, a universalização do saneamento básico passa pela eficiência no controle de perdas de água. O relatório aponta que o volume total de água não faturada em 2021 (cerca de 7,3 bilhões de m³) equivale a quase oito mil piscinas olímpicas de água tratada desperdiçadas diariamente ou mais de sete vezes (7,4) o volume do Sistema Cantareira – o maior conjunto de reservatórios do Estado de São Paulo. Para entender o impacto do controle de perdas, considerando-se somente as perdas físicas (vazamentos), o volume (3,8 bilhões de m³) seria suficiente para abastecer aproximadamente 67 milhões de brasileiros em um ano. Esta quantidade não somente equivale a pouco mais de 30% da população do país em 2021, como também representa cerca de duas vezes o número de habitantes sem acesso ao abastecimento de água nesse ano, em torno dos 33 milhões. Além disso, seria possível abastecer os 17,9 milhões de brasileiros que vivem nas favelas brasileiras por um ano e meio. Ao meio ambiente, a redução dessas perdas implicaria a disponibilidade de mais recurso hídrico para a população sem a necessidade de captação em novos mananciais. Com o cenário de mudanças climáticas, os desafios para a disponibilidade
hídr ica nos mananciais se tornam cada vez mais evidentes.
QUADROS COMPARATIVOS – MAIORES REDUÇÕES DE PERDAS NA DISTRIBUIÇÃO NOS ÚLTIMOS ANOS
Nesta edição do estudo, a partir de uma avaliação inédita, são apresentados os 20 municípios dentre os 100 de maior população no país, que obtiveram maior evolução no Índice de Perdas na Distribuição durante o período entre 2017 e 2021 (ou seja, diminuíram o volume desperdiçado).
Pela tabela, percebe-se que há municípios com índices de perdas elevados apresentaram uma
melhoria significativa no período analisado.
Leia aqui o estudo completo
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