NOTA IBRAOLIVA: FORMAÇÃO DE DEGUSTADORES E INCREMENTO DAS ANÁLISES SENSORIAIS

 

 

Para fins de classificação dos azeites de oliva em lampante, virgem e extravirgem são necessárias as análises físico químicas e sensoriais. Historicamente os azeites importados pelo Brasil não passam pela análise sensorial o que deixa uma porta aberta para que azeites lampantes e virgens sejam comercializados no país como extravirgens.

Os azeites extravirgens não podem ter defeitos.

A partir da formação de novos degustadores e criação de um painel sensorial interno pelo Ministério da Agricultura – MAPA, esta fotografia tem se alterado. Em testes às cegas, marcas conhecidas no Brasil de azeites portugueses, espanhóis, gregos e italianos têm sido reprovadas em análises sensoriais, e colocam em dúvida a veracidade das análises físico químicas apresentadas pelos importadores. O azeite é o segundo produto mais falsificado no mundo e o Brasil terreno fértil para a ação destes criminosos.
Neste cenário o Instituto Brasileiro de Olivicultura – IBRAOLIVA aplaude a constituição do painel sensorial do MAPA formado por 16 (dezesseis) degustadores e o novo, iniciado no ano passado, com 15 (quinze) degustadores em formação. Estes novos profissionais vêm a se somar à degustadores que anteriormente haviam buscado a sua formação no exterior e em iniciativas realizadas no Brasil.

O instituto também clama pela atuação ética destes profissionais. Não se pode admitir que profissionais com esta expertise, inclusive integrantes de painéis internacionais, se prestem para divulgar, sem compromisso com a verdade, azeites importados de determinados países, generalizando-os como “melhores do mundo”, sem o cuidado de análise sensorial específica. A formação de degustadores no Brasil é imprescindível para a capilarização das análises sensoriais e a educação dos consumidores. O azeite
extravirgem brasileiro aceita a concorrência dos extravirgens importados, mas não pode admitir que azeites lampantes e virgens ganhem as prateleiras de mercados travestidos de extravirgens, e, muito menos, chancelados por degustadores que esquecem os compromissos éticos em sua atuação.