Quem é Rosi, a amiga que emprestou o cartão de crédito para Michelle Bolsonaro, por Tácio Lorran/O Estado de São Paulo

 

 

Assessora no gabinete da senadora Damares Alves (Republicanos-DF), Rosimary Cardoso Cordeiro, que por dez anos emprestou um cartão de crédito para a ex-primeira dama Michelle Bolsonaro, disse ao Estadão que não vê “nada de errado” nisso e que o fez porque, à época, Michelle “não tinha limite”, “ganhava pouco” e “precisava ajudar a família”. Nesse período, contudo, Michelle já estava casada com o então deputado Jair Bolsonaro havia quatro anos.

Rosi, como é conhecida, ganhava em 2011, quando colocou Michelle como sua dependente no cartão de crédito, salário de R$ 2.403,31. Enquanto isso, Bolsonaro recebia como deputado federal R$ 26,7 mil, além do soldo de capitão reformado. O marido de Michelle, portanto, ganhava como parlamentar dez vezes mais do que a amiga que lhe emprestou o cartão. A ex-primeira-dama não exercia atividade remunerada nesse período, segundo pessoas próximas. Na semana passada, a defesa de Bolsonaro disse que “ele é pão duro”, para justificar o fato de ela ter recorrido a uma amiga.

A Polícia Federal investiga se os gastos de Michelle com o cartão de Rosi eram pagos com dinheiro público durante o governo Bolsonaro. A desconfiança veio depois da descoberta de que o ajudante de ordens do ex-presidente, tenente coronel Mauro Cid, pagava a fatura desse cartão com dinheiro vivo. Homem de confiança de Bolsonaro, Cid está preso sob suspeita de falsificar o cartão de vacinação do agora ex-presidente e teve seu celular apreendido. Entre as mensagens que ele trocava, algumas tratavam do pagamento dessas contas de Michelle, o que ensejou o inquérito.

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