Petistas e Itamaraty pressionam Lula para enquadrar os militares na política externa, por Marcelo Godoy/O Estado de São Paulo
Uma semana antes de ir à cúpula do G-7 e enfrentar a ironia do colega ucraniano Volodmir Zelenski sobre o desencontro entre os dois, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi lançado em mais um conflito que envolve a Ucrânia. Era tarde de 15 de maio, uma segunda-feira, quando o assessor especial da Presidência, Celso Amorim, chegou ao Palácio do Planalto. Trazia consigo um artigo do professor Manuel Domingos com o título: Quo vadis, Lula?. A frase em latim lembra o evangelho apócrifo de Pedro, por meio do qual o professor chamava a atenção do presidente para que cumprisse sua tarefa diante de militares. Dizia o professor:
“Lula empenha-se pela paz em um mundo crispado. Exorta beligerantes e atores decisivos às negociações para finalizar a guerra. Projeta seu nome e resgata a diplomacia brasileira. O que pretende Lula quando permite uma demonstração de alinhamento do Exército brasileiro aos Estados Unidos e a seus fiéis escudeiros no teatro ucraniano?”
O motivo da queixa do professor era o 1.º Seminário Internacional de Doutrina Militar Terrestre do Exército Brasileiro, evento preparado pelo Comando de Operações Terrestres (Coter), para o qual foram convidados representantes dos EUA, da Alemanha, do Reino Unido, da França, da Espanha, da Finlândia, da Itália, da Holanda, de Portugal, da Suécia, da Índia, da África do Sul, do Egito, de Angola, do Japão, da Coreia do Sul, da Argentina, do Chile, entre outros. Há, portanto, países da Otan, dos Brics, do Mercosul, de língua portuguesa, árabes etc. E duas ausências: Rússia e China.
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