“O Brasil impressiona”, diz Marcelo Claure, executivo bilionário da Shein, por Felipe Mendes/Veja

 

 

Um dos mais reconhecidos investidores em startups do mundo, o bilionário boliviano Marcelo Claure, de 52 anos, chegou ao Brasil, em seu avião particular, no fim de abril para ajudar a apagar um incêndio que envolveu o governo brasileiro em sua tentativa de taxar os e-commerces asiáticos. Presidente do conselho para a América Latina do site chinês de fast fashion Shein, ele se encontrou com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad — em seguida, anunciou a instalação de fábricas no país, com investimentos de 750 milhões de reais e geração de 100 000 empregos. Claure ganhou renome internacional como braço direito do dono do grupo de investimentos japonês SoftBank e virou personagem da série de streaming WeCrashed, da Apple TV+, que revela os detalhes para a salvação da companhia WeWork, de escritórios
destinados a trabalho colaborativo. Ele falou a VEJA por meio de videoconferência, a partir de seu escritório em Nova York.

A Shein já planejava investir em fábricas no Brasil antes de o governo querer cobrar mais impostos dos sites estrangeiros ou o anúncio foi precipitado por isso?

Houve uma combinação de fatores. Na Shein, sempre falamos que teríamos de fabricar fora da China para ficar mais próximo do cliente. Na vida, há instantes decisivos. E o momento do nosso crescimento no Brasil combinou com uma conversa com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Escutei a estratégia do governo de fortalecer os
fabricantes têxteis. Algumas semanas antes, eu viajei para o Brasil. Conversei com muitos políticos, incluindo o senador Jaques Wagner, e todos me falaram que a fabricação no Nordeste é decisiva para o crescimento da indústria no país. Isso nos abriu uma perspectiva para decidirmos acelerar algo que chegaria em dois ou três anos.

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