Potências alternativas: China organiza cúpula com ex-repúblicas soviéticas ao mesmo tempo que o G7/RFI
O presidente chinês, Xi Jinping, comemorou, nesta quinta-feira (18), o início de uma “nova era” nas relações da potência asiática com os países da Ásia Central, ao inaugurar uma cúpula inédita com Cazaquistão, Quirguistão, Tadjiquistão, Turcomenistão e Uzbequistão, cinco ex-repúblicas soviéticas da região. O evento de dois dias é organizado por Pequim em Xi’an, cidade que já foi capital imperial e ponto de partida das caravanas das rotas da seda e coincide com a realização do G7 no Japão.
As muralhas de Xi’an, na província de Shaanxi, já viram muitos chefes de Estado estrangeiros, mas raramente cinco ao mesmo tempo. Por toda a cidade, painéis escritos em mandarim e cirílico lembram a importância do evento. No centro da cidade, as muralhas dos imperadores Ming, acostumadas aos turistas, estão ainda mais iluminadas. Nos arredores, perto dos grandes hotéis que acolhem as delegações, é significativa a presença policial: helicópteros sobrevoam a região e polícias fardados e à paisana podem ser vistos em cada cruzamento.
“Todos os residentes na área próxima aos hotéis que acolhem as delegações foram transferidos temporariamente para outros lugares durante a cúpula. Lá só tem policiais armados”, conta um agente de segurança. Além disso, desde 20 de abril, os drones civis não podem mais sobrevoar a região.
As ex-repúblicas soviéticas convidadas para a cúpula de Xi’an ocupam um lugar central no projeto chinês chamado Novas Rotas da Seda, também conhecido como “O Cinturão e a Rota”. Lançado pelo presidente Xi Jinping em 2013, o plano é um projeto faraônico que pretende construir estradas, portos, linhas ferroviárias e infraestruturas no exterior com capital chinês.
Segundo maior consumidor mundial de energia, a China tem investido bilhões de dólares para explorar as reservas de gás natural da Ásia Central e desenvolver ferrovias que a conectem com a Europa, passando por esta região. Entre esses planos, está a ferrovia China-Quirguistão-Uzbequistão. Hoje paralisada, seu custo chegaria a US$ 6 bilhões (cerca de R$ 29,8 bilhões). Também pode ser anunciada uma ampliação do gasoduto que liga a Ásia Central à China.
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