Manipulação de jogos: vazamentos de apostas irritaram quadrilha nas conversas, por Rafael Soares/O Globo

 

 

“Parceiro meu acabou de me mandar aqui”, escreveu um dos integrantes da quadrilha acusada de manipular resultados do futebol brasileiro para seus comparsas em 16 de outubro do ano passado. Pouco antes, o homem, identificado somente como “João Vitor P.” no grupo de WhatsApp, havia enviado uma imagem com um print de tela de um site de apostas, com uma combinação inusitada de palpites, em que vários jogadores deveriam receber cartões amarelos na rodada seguinte do Campeonato Brasileiro. A aposta era exatamente a mesma que o grupo estava armando e havia sido previamente combinada com os atletas. “Tem alguém vazando a parada”, concluiu Bruno Lopez, preso sob a acusação de ser chefe do grupo.

As conversas obtidas pelo Ministério Público de Goiás (MPGO) revelam que a quadrilha convivia com vazamentos das combinações de apostas fraudulentas, o que irritava seus integrantes e gerava episódios de “caça às bruxas” dentro do bando. As principais suspeitas do grupo recaíam, com frequência, sobre os próprios atletas que haviam concordado em participar do esquema e em empresários que atuavam como intermediadores das apostas. Para os investigadores, os vazamentos indicam que outras quadrilhas operavam simultaneamente o esquema de manipulação de resultados.

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