Lula, o “animal político”, sabota a própria pauta, por Daniel Pereira/Veja

Até adversários consideram Lula um “animal político”, capaz de transformar rivais em aliados, reconstruir pontes e reescrever histórias. Ele é o único brasileiro a conquistar três vezes a Presidência da República e, entre outros feitos, elegeu uma neófita como sucessora (Dilma Rousseff) e um acadêmico com cara de tucano prefeito de São Paulo (Fernando Haddad). Com tamanho prestígio e experiência, esperava-se que o petista não tivesse tantas dificuldades na articulação política em seu terceiro mandato, atuasse em relativa sintonia com o Congresso e priorizasse a aprovação de projetos prioritários, como o novo arcabouço fiscal e a reforma tributária. Não foi o que aconteceu até agora.

Em pouco mais de quatro meses, Lula 3 colhe insatisfações e derrotas no Congresso em razão de uma série de fatores. Ele insiste em bandeiras ideológicas do PT rechaçadas pela maioria parlamentar, resiste a reproduzir no governo a frente ampla que o elegeu e ainda confronta o Legislativo, contestando regras que foram aprovadas por deputados e senadores em legislaturas anteriores, como a Lei das Estatais e a privatização da Eletrobras.

Essa postura tem gerado reclamações até mesmo de aliados e ameaçado a votação dos principais pontos da própria pauta governista.

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