‘Novo Cangaço’: o que acontece nas cidades onde bandidos explodem bancos, por Thais Carrança/BBC

 

 

A cena é cinematográfica. Um grupo formado por dezenas de criminosos, usando armas de grosso calibre, explosivos e ateando fogo em veículos para bloquear vias de acesso acaba com a paz durante a madrugada em alguma pequena cidade brasileira.

Explodem e roubam agências bancárias, fazem reféns durante a fuga, trocam tiros com a polícia e deixam para trás toda uma população aterrorizada.

A ação ficou conhecida na imprensa no final dos anos 1990 como “novo cangaço”, uma alusão aos grupos sertanejos que, na primeira metade do século 19, percorriam o Nordeste e norte de Minas Gerais sitiando e saqueando cidades, vilas e fazendas.

Mas o que acontece nessas cidades depois que as agências bancárias explodem?

Um grupo de pesquisadores criou um banco de dados inédito catalogando 1.396 explosões de bancos, em 775 municípios, de 15 Estados brasileiros, entre 2018 e 2021.

Cruzando essas informações com dados sigilosos do Banco Central do Brasil, eles investigaram como a redução na oferta de dinheiro em espécie nos municípios alvos dessas ações criminosos impacta a adoção de tecnologias financeiras pela população local.

O que eles encontraram ajuda a entender o que determina o uso dessas tecnologias pelas pessoas e pode contribuir para maior inclusão financeira e competição bancária no Brasil.

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