O joio e o trigo, por Xico Graziano/Poder 360

 

 

O que é pior: a turma do MST invadir propriedade rural, ou certos fazendeiros invadirem terra indígena? A resposta é uma só: ambas as situações são inaceitáveis, seja
do ponto de vista jurídico, político ou ético. Não se trata de ideologia, mas do processo civilizatório.

É intolerável assistir ao MST fazer justiça com as próprias mãos, brandindo armas e agindo como se vivêssemos na era medieval. Pior, certamente, é vê-los depredar unidades de pesquisa da Embrapa. Afrontam a ciência agronômica. Quem pensam ser? Qual direito exercem? Por que não prender, no flagrante delito, esses bandidos agrários?

Da mesma forma, é detestável saber que produtores rurais inescrupulosos se apropriam de territórios protegidos, indígenas ou ambientais, como se fossem terras de
ninguém. De onde tiram tal ousadia para violentar a floresta? Porventura julgam imbecis, ou inferiores, os povos indígenas?

Por que ninguém bota na cadeia esses criminosos?

Aqui reside o calcanhar de Aquiles da imagem do agro na sociedade. Como separar o joio do trigo? Como valorizar o lado bom, e não destacar o perverso, da agricultura?
Depois da recente, e estúpida, polarização política verificada no país, cresceu uma antiga cizânia dentro do setor rural: de um lado, a imensa maioria aceita e encara as regras da modernidade; de outro, uma minoria teimosa reage às mudanças civilizatórias.

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