Lula é vaiado em protesto da extrema direita no parlamento de Portugal; deputados levam ‘bronca’, por Cristina Canas/O Estado de São Paulo
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfrentou protestos de deputados de extrema direita durante seu pronunciamento na sessão solene em que foi homenageado no parlamento português. As vaias interromperam a fala do presidente, que relembrou fatos históricos de Brasil e Portugal e ressaltou a força da democracia nas duas nações. A data de 25 de abril marca o fim da ditadura militar naquele país, com a chamada “Revolução dos Cravos”, em 1974.
O protesto foi conduzido por integrantes do partido Chega, que tem hoje doze deputados e é a terceira força política do país, com fatia de 7% do total de cadeiras. A principal legenda é o Partido Socialista, que detém maioria absoluta, com 120 deputados. O presidente da Assembleia da República de Portugal, Augusto Santos Silvo, cobrou respeito a Lula, e ajudou a puxar os aplausos que abafaram rapidamente a minoria barulhenta. “Os deputados que querem permanecer nesta plenária têm de se portar com a cortesia e educação que é exigida de qualquer representante do povo português. Chega de insultos, chega de degradar as instituições, chega de envergonhar Portugal”, afirmou Silvo.
No Brasil, as forças democráticas demonstraram solidez e resiliência”, discursou Lula, reafirmando, em seguida, que “o Brasil voltou a ser internacional”. O chefe do Executivo relembrou a Revolução dos Cravos citando versos de Tanto Mar, canção de Chico Buarque, e reiterou suas declarações desde que chegou à Lisboa, semana passada, ajustando o tom de suas falas sobre a guerra na Ucrânia. Lula disse que o Brasil “condena a violação da integridade territorial da Ucrânia” e que “é preciso falar em paz”. Na viagem à Ásia, ele havia equiparado os papéis russos e ucranianos na manutenção do conflito, e criticado a atuação de Estados Unidos e União Europeia, gerando forte reação internacional. A posição sobre a guerra foi um dos destaques da declaração conjunta divulgada pelos dois países.
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