Dólar, yuan e idiotice, por J. R. Guzzo/O Estado de São Paulo

 

 

O gênio de Millôr Fernandes deu ao Brasil o imortal Ministério das Perguntas Cretinas. Agora, neste governo Lula 3, torna-se urgente a criação do Ministério das Declarações Cretinas. Objetivo: receber e deixar registrada, com número de protocolo e tudo mais, a espetacular produção de frases idiotas por parte do presidente da República, seus ministros, sua mulher – enfim, todo mundo que tem alguma coisa a ver com o governo. Ele já não inventou 37 ministérios? Não custa inventar mais um; passaria a haver para o público, aí, a possibilidade de obter algum tipo de certificado oficial para atestar a estupidez das coisas que o governo não para de falar – e, eventualmente, se defender delas em alguma Vara da nossa Justiça.

É um vulcão em atividade máxima. Para ficar só nesta viagem à China, Lula disse que “não entende” por que o mundo “é obrigado a usar o dólar” no comércio internacional, em vez das moedas de cada país; pensa nisso toda noite. Por que o Brasil e a China, diz ele, teriam de comerciar em dólar, e não em real e yuan – ou peso argentino, talvez? Não é preciso perder o sono por causa disso, presidente; ninguém obriga ninguém a usar o dólar em seus negócios. Os países, as empresas e as pessoas de todo o mundo usam o dólar porque essa é a moeda que eles querem, ponto final – não querem real, yuan nem peso argentino. Por que Lula não tenta comprar com seus reais, nesse tempo todo que passa no exterior, uma caixinha de chicletes? Ele iria ver, aí.

 

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