O pito de Lula nos ministros que tentaram conter sua verborragia, por Marcela Mattos/Veja

 

 

O presidente Lula está cada vez mais “soberano”, “revanchista” e “centralizador”, conforme relatos de parlamentares, ministros e advogados próximos ao petista coletados por VEJA nas últimas semanas. Seja a portas fechadas no gabinete presidencial, seja em declarações recheadas de ironia feitas à imprensa, Lula dispara pitos em assessores, ignora conselhos do seu núcleo duro – cada vez mais enxuto, diga-se – e se mantém determinado a acertar contas com o passado, em vez de centrar energia para as reais e mais urgentes missões para as quais fora eleito.

Um caso notório do destempero de Lula aconteceu no último dia 14. Diante de 19 ministros e em transmissão ao vivo pela televisão, o petista deu uma bronca, sem citar nomes, em auxiliares que estariam antecipando o anúncio de programas federais sem antes ter o aval da Casa Civil. O trâmite seria necessário, disse o presidente, para que “a gente possa chamar o autor da genialidade e então anuncie publicamente como se fosse uma coisa do governo”.

O constrangimento foi geral. Longe dos holofotes, o tom é ainda pior. Fechado em copas, Lula escuta cada vez menos os conselhos de seus auxiliares. O presidente não tem mais a seu lado nomes da mais estrita confiança que o acompanhavam no primeiro mandato, como José Dirceu, ex-ministro da Casa Civil, e o ex-chefe de gabinete Gilberto Carvalho, figuras com quem se reunia logo nas primeiras horas do dia para afinar o discurso e definir metas e planos.

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