A missão quase impossível do prefeito de Nova York contra os roedores, por Pedro Cardoni/Veja
Os ratos apareceram sobre o globo há mais ou menos 56 milhões de anos, ramificando-se nas mais diversas espécies. Em alguns cantos do planeta, eles vêm prosperando com notável vigor por encontrar condições propícias à existência.
É assim em Nova York, cidade que, segundo especialistas nesses pequenos mamíferos, está entre as que mais registram sua presença, já incorporada à paisagem urbana e até à literatura que lança luz sobre Manhattan. “Este deve ser o tipo certo de lugar para um cara durão como você. Latas de lixo. Ratos em abundância”, escreveu Truman Capote em Bonequinha de Luxo, trazendo à cena nova-iorquina dos anos de 1950 os roedores que, na realidade, nem nativos de lá são. Vieram a bordo de navios ingleses e franceses no século XVIII, reproduziram-se à vontade e, hoje, chegam à casa dos milhões — cálculos estimam que haja um para cada habitante na efervescente cidade que não prega os olhos.
Pois neste momento eles são o alvo de uma cruzada capitaneada pelo prefeito Eric Adams, que recentemente anunciou a criação de um cargo de nome curioso para liderar o ataque ao problema — diretor de mitigação de roedores, que os locais logo apelidaram de “czar dos ratos”. A ideia é extinguir o máximo possível deles, mapeando as zonas onde mais se proliferam, fazendo uma faxina em áreas abandonadas e tentando pôr ordem à coleta de lixo, que normalmente passa horas à deriva, servindo de alimento a esses animais de uns 350 gramas cada, objeto de ódio declarado do prefeito. Os últimos dados que o alcaide soltou revelam que sua ocorrência só cresce — ela
dobrou no último ano. Movido pela promessa de radicalizar no combate, Adams diz que o pré-requisito básico para ocupar o novo posto é ser “muito motivado e um tanto sanguinário”.
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