BNDES sinaliza que repetirá erros que nos custaram caro, por Marcos Mendes/Folha de São Paulo
O presidente do BNDES tem feito declarações como “transferimos, em oito anos, R$ 1 trilhão ao Tesouro” ou “transferimos R$ 254 bilhões a mais para o Tesouro do que recebemos”. As afirmações contrariam a matemática financeira básica na tentativa de reescrever a história.
A realidade é que o Tesouro transferiu muito dinheiro para o BNDES, não o contrário. O Tesouro se endividou pagando taxa Selic e emprestou ao BNDES a taxas menores. A conta correta, registrada em documentos oficiais, indica que entre 2008 e 2022 o contribuinte brasileiro subsidiou o BNDES em R$ 325 bilhões, em valores de 2022.
Fez-se um experimento: aumentava-se a dívida pública para subsidiar investimentos de empresas, via BNDES, para acelerar o crescimento. Com PIB maior, a relação dívida/PIB cairia. Estaríamos mais ricos e menos endividados.
A dívida aumentou e o crescimento não veio. Em novembro de 2015, o BNDES devia ao Tesouro o equivalente a 8,9% do PIB. Em vez de crescimento, tivemos a grande recessão de 2014-16.
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