“Criptomoedas são esquema de pirâmide, não servem para nada”, por Fábio Corrêa/Deutsche Welle
Em 2014, no início da febre das criptomoedas, o cientista da computação Jorge Stolfi foi surpreendido com uma provocação. “O bitcoin é o novo Telexfree?”, perguntou no Twitter um dos seus seguidores.
A questão fez o professor titular da Unicamp e Ph.D. pela Universidade de Stanford iniciar uma investigação quase solitária sobre o funcionamento dos blockchains e a essência das criptomoedas.
Atualmente, Stolfi faz parte de um número crescente de críticos das moedas virtuais, que hoje têm entre seus maiores investidores nomes de peso como o bilionário Elon Musk. Mas, para o professor brasileiro, o bitcoin, o Ethereum, o Thether ou o USD Coin, por exemplo, não têm nenhum valor intrínseco e são inúteis até mesmo para efetuar transações.
E, em resposta à pergunta feita há oito anos, Stolfi não tem dúvidas: para ele, do mesmo modo que a Telexfree – uma das maiores fraudes financeiras da história do país –, as moedas virtuais não passam de esquemas de pirâmide.
“Todos os bitcoins em circulação somam 400 bilhões de dólares. Mas isso é imaginário, porque não tem nada em nenhum lugar que valha um real. Uma hora dessas as pessoas vão perceber isso e vender tudo antes que os outros percebam”, afirma Stolfi.
Em entrevista à DW Brasil, ele explica por que as criptomoedas não geram valor e o comércio delas beneficia apenas quem está no topo do sistema, qual sua relação com outros esquemas Ponzi e um certo tipo de ideologia política. E por que estão fadadas a, um dia, entrar em colapso.
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