A CRUZADA DA IGREJA CATÓLICA NA NICARÁGUA CONTRA O REGIME DE DANIEL ORTEGA; EL PAÍS

 

 

Os púlpitos se tornaram uma trincheira contra o regime de Daniel Ortega. Em um país onde levantar a voz contra os desmandos do mandatário pode significar a prisão – como aconteceu com dezenas de oposicionistas –, os nicaraguenses veem nas paróquias um alívio diante da censura. Os sacerdotes ocupam esse espaço privilegiado para denunciar abusos de poder, violações dos direitos humanos e, nestes dias, exortar os paroquianos a não participarem do que a oposição classificou de “farsa”: as eleições do próximo domingo, nas quais Ortega conseguirá seu terceiro mandato consecutivo. “Eles têm sido um exemplo de sensibilidade humana”, disse em Manágua uma fonte familiarizada com o clero nicaraguense, que prefere não revelar seu nome por temor a represálias.

Para o regime, a Igreja Católica é sua principal dor de cabeça. Ortega conseguiu desmantelar à bala os protestos massivos que em 2018 exigiram o fim de seu mandato, com um saldo de 328 mortos, centenas de presos e milhares de exilados. Silenciou os meios de comunicação invadindo e confiscando as redações. Apagou a concorrência política com a prisão de figuras-chave da oposição e colocou em xeque os empresários ao prender seus líderes. E embora suas hostes tenham atacado templos religiosos e desencadeado um discurso de ódio contra os bispos chamando-os de golpistas, não conseguiu amedrontar nem silenciar a Igreja.

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