HAY QUE ENDURECERSE PERO NO MUCHO

A famosa frase de Che Guevara – “hay que endurecerse pero sin perder la ternura jamás” (ainda repetida pelos idiotas latino-americanos) – está completamente desmoralizada depois que as torneiras das mesadas para Cuba foram definitivamente fechadas lá na Venezuela e aqui no Brasil.

A dura realidade do socialismo cubano voltou a fazer parte da vida dos ilhéus e a “ternura” do endurecimento revolucionário já se esgotou, depois de 60 anos de promessas, mentiras e um sacrifício do povo que lhe provoca nostalgia dos tempos de Fulgêncio Batista.

Logo agora que Cuba estava começando a conhecer a Internet e o telefone celular, o túnel do tempo abre suas portas e o atraso ressurge na ilha com o retorno das carroças que “levarão alimentos das bases produtivas para hotéis ou mercados próximos, em meio à crise de combustíveis que vive o país”, segundo informações de Ysel Gonzalez Marrero, diretora de Departamento de Marketing do Ministério da Agricultura.

Como sempre, a culpa não é do regime socialista, mas da crise de combustíveis que assola o país, depois que a Venezuela deixou de abastecer a ilha e os eventuais fornecedores de petróleo estão sob sanção do governo de Donald Trump.

Os países “amigos” de Cuba que ainda adotam o socialismo estão atarefados em controlar suas respectivas economias e mal conseguem o sustento de seus habitantes, como é o caso da Venezuela que na Era Chavez substituiu a tutela soviética encerrada em setembro de 1991 com a derrocada do comunismo. Naquela década, Cuba perdeu a mesada anual de 6 bilhões de dólares adotando a tração animal para a mobilidade urbana dos cubanos e para movimentar e produzir alimentos no campo.

Com a tomada do poder pelo chavismo e com o petróleo venezuelano em alta, o coronel Hugo Chavez tornou-se o mecenas do regime castrista, mantendo o abastecimento de combustíveis da ilha até a crise atual da Venezuela já com Nicolás Maduro no governo.

As carroças tinham sumido pelo menos das ruas de Havana, mas o socialismo chavista que se manifestava através de ornitológicas conversas entre Chavez e Maduro também faliu. Lembram de Margareth Tatcher? “O problema do socialismo é que você no fim das contas esgota o dinheiro dos outros”, sentenciava a “Dama de Ferro” britânica, antevendo o que aconteceria com o socialismo da Venezuela e de Cuba.

E não deu outra.

Quando acabou o dinheiro da União Soviética e da Venezuela, Cuba transferiu essa escassez para os cubanos que jamais imaginaram a volta da tração animal como elemento fundamental para a sua sobrevivência. Só charutos e açúcar em produção artesanal não são suficientes para manter a vida de quase doze milhões de cubanos e quando um novo “produto” apareceu na pauta de exportação de Cuba – os médicos – não é que o presidente Jair Bolsonaro acabou com essa farra? Os governos petistas bem que tentaram ajudar a ditadura cubana importando “doutores” a um custo anual para os brasileiros de R$ 1,8 bilhão.

Com o fim do Programa Mais Médicos, Cuba reduziu a sua receita de trabalho escravo moderno e mais uma fonte de mesadas chegou ao fim. E deve ter chegado ao fim também a paciência de vender o socialismo com ternura endurecida.

Talvez essa ternura continue apenas nas cabeças de miolo mole.

“Pero no mucho”.