“NÃO, NÃO É BEM ISSO”

Convido os amigos para participarem lançamento do novo livro de Reginaldo Pujol Filho. Será na Livraria Taverna, na Fernando Machado 370.

Segundo o autor: Não, Não E Bem Isso é um livro com o qual estou estabelecendo uma relação diferente da que tenho com outros projetos, como Só Faltou o Título e Quero ser Reginaldo Pujol Filho. Essas outras publicações foram pensadas e escritas de uma vez só, ao longo de dois, três anos de trabalho. Quer dizer, dão conta de um momento meu. Mas este novo livro traz textos escritos (em sua primeira versão) desde 2008 até 2017. Quando comecei a reunir o material, a selecionar, a pensar num conjunto, pude então ter essa visão panorâmica sobre quase dez anos de trabalho e pude constatar que um sentimento que eu tinha sobre meu modo de lidar com a literatura era mais que um sentimento, era uma prática. Uma prática que, respondendo de vez à tua pergunta, pode ser entendida como uma busca, ou talvez melhor, uma fuga. Uma fuga do texto anterior, da forma anterior, do tema anterior. Não tenho muito aquele desejo de consolidar uma voz e um estilo, de que uma pessoa que bata o olho num texto meu diga “ah, isso só pode ser do Reginaldo”. Tenho mais é vontade do efeito contrário, de estranhar a leitura a cada página. De desacomodar não só pelo que é dito, mas também pelo modo como é dito. Mas, claro, já que falamos do título, acho que ele também se relaciona com esse fracasso diário da escrita, mas que é um fracasso necessário e bem-vindo para se continuar a escrever. Parece, ao menos comigo é assim, que por mais que se chegue a um resultado que se julgue interessante, passível de publicar, de levar para a leitura, para a discussão, ainda assim resta aquele sentimento de que “Tá, está bem, mas não sei, não é bem isso, ainda não cheguei lá”. E penso que é ótimo que seja assim. Porque se terminasse um texto e olhasse para ele e dissesse “Pronto, é isso, é exatamente isso”, talvez um dos motores da minha escrita parasse. E eu tivesse que procurar outra coisa para fazer na vida.”