JULGAMENTO DE BERNARDO

Graças à uma decisão democrática e altamente louvável do Tribunal de Justiça do RS, o júri do caso do menino Bernardo Boldrini foi transmitido ao vivo pelo You Tube e pela Tv Record/RS, esta num trabalho de grande percepção jornalística recebendo altos índices de audiência.

As imagens mostraram também uma geração de promotores e advogados criminalistas que se apresentaram sob um novo estilo de atuação com performances que pareciam estar condicionadas além dos jurados – os mais importantes personagens que precisavam ser convencidos das teses apresentadas – mas também para os milhões de telespectadores e internautas.

O júri de Três Passos também levou os telespectadores a fazerem comparações com outros juris do passado no RS. E nomes como criminalistas famosos foram lembrados por um padrão de atuação bem diferente do atual: Amadeu Weimann, Oswaldo de Lia Pires, Itiberê Moura, Nereu Lima, entre tantos nomes respeitáveis da advocacia gaúcha.

Leandro Boldrini foi sentenciado a um total de 33 anos e 8 meses de reclusão, em regime fechado. São 30 anos e 8 meses por homicídio, 2 anos por ocultação de cadáver e 1 ano por falsidade ideológica. A juíza citou a existência de personalidade dissonante, perversidade e a premeditação do crime.

Graciele Ugulini foi sentenciada a 34 anos e 7 meses de prisão em regime fechado, sendo: 32 anos e 8 meses por homicídio e 1 ano e 11 meses por ocultação de cadáver. Foi relatada a frieza emocional, insensibilidade e dissimulação da madrasta de Bernardo e a confissão da ocultação de cadáver.

Edelvânia Wirganovicz foi condenada a 23 anos de reclusão, inicialmente em regime fechado. Destes, 21 anos e 4 meses pelo homicídio e 1 ano e 6 meses por ocultação de cadáver. Ela também estava presa desde 2014.

Evandro Wirganovicz foi condenado a 9 anos e seis meses de prisão, sendo 8 anos por homicídio simples e 1 ano e 6 meses por ocultação de cadáver. Preso desde maio de 2014, ele irá cumprir o restante da pena em regime semiaberto.

Cada um dos sete jurados respondeu a nove quesitos para cada um dos réus. A sentença foi lida pela juíza Sucilene Engler Werle. Dentro do fórum lotado o clima era tenso. Todos ouviram atentamente a leitura. Do lado de fora, um grande número de pessoas aguardava o resultado do julgamento.