OS REFÉNS CUBANOS

Quantos médicos cubanos gostariam de ficar trabalhando no Brasil com salário em torno de 3 mil dólares  se pudessem trazer seus familiares para uma nova vida por aqui?

O governo brasileiro não tem essa estatística por que nunca se interessou por ela. Afinal de contas, a parceria do governo petista com a ditadura cubana nunca pensou em tal possibilidade e jamais imaginaram que o programa “Mais Médicos” pudesse implodir com a eleição de Jair Bolsonaro.

A implosão do MM partiu do governo cubano até então acostumado aos afagos subservientes do governo de Dilma Rousseff, o qual, de repente, sentiu o furacão Bolsonaro (Cuba gosta de “batizar” furacões que atingem a ilha) desnudar o acordo que trazia alegrias financeiras aos cofres do regime castrista.

O programa MM tinha tanta independência imposta por Cuba que a rigorosa legislação trabalhista brasileira foi desrespeitada nos seus mínimos direitos consagrados ao trabalhador nacional. No início do ano de 2014, o procurador Sebastião Caixeta, do MPT (Ministério Público do Trabalho), após ouvir a médica cubana Ramona Rodriguez que abandonou o programa MM, concluiu que o governo brasileiro descumpriu a legislação trabalhista ao não conceder aos médicos cubanos férias remuneradas, 13º salário e isonomia com outros médicos participantes do mesmo programa.

A médica Ramona Rodriguez justificou a desistência por entender que não era justo receber 400 dólares mensais  (cotação de fevereiro de 2014: R$ 2,35), ou R$ 940,00, enquanto seus colegas  de outras nacionalidades recebiam R$ 10 mil.

Estes desajustes salariais provocaram a crítica de Bolsonaro ao programa MM que já transferiu para Cuba R$ 7,1 bilhões. A verdade inquestionável é que o acordo entre o Brasil de Dilma Rousseff e a Cuba do castrismo produziu o que de pior existe numa relação de trabalho.

O Brasil trouxe de volta uma escravatura chancelada por dois governos e Cuba acrescentou um artigo oculto no acordo que envergonha  ambos os países – a manutenção dos parentes dos médicos que ficaram na ilha como reféns.

Ninguém pode prever o destino desses parentes se algum médico cubano pedir asilo no Brasil.