ALMIR PAZZIANOTTO E O PT

O ex-presidente do TST e ex-ministro do Trabalho do governo Sarney, Almir Pazzianotto, conhece muito bem o PT desde os tempos em que era advogado do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC cujo presidente era Luiz Inácio da Silva, “o Lula” para a categoria que fez a primeira greve em São Paulo, ainda na plena vigência do regime militar. Na Rádio Guaíba, durante aquela greve e até mesmo depois dela (1979-1980), Pazzianotto falava comigo, então produtor do programa “Agora”, apresentado pelo sempre querido amigo que já nos deixou, Adroaldo Streck. Dali em diante, conversamos muito por telefone e fiquei admirador do seu trabalho. Ele deu uma contribuição definitiva para a implantação do salário-desemprego, quando no cargo de Ministro do Trabalho fez parte de um grupo ministerial para a implantação do benefício, em 1986. Pazzianotto tem sua vida profissional dedicada aos trabalhadores e aos 86 anos que irá completar no próximo dia 29, ainda concede entrevistas , escreve para jornais, advoga e dá pareceres sobre o tema.

Na última terça-feira, num artigo publicado no jornal “O Estado de S. Paulo”, Pazzianotto diz que o candidato do PT Fernando Haddad vive uma “situação desconcertante por ser porta-voz e alter ego de Luiz Inácio Lula da Silva, o presidiário de Curitiba”. Ele explica o desconcerto de Haddad, analisando os danos causados pelo partido enquanto governou o Brasil. “Durante 12 anos e alguns meses de regime petista a economia foi desbaratada; a política aviltada; o País, desindustrializado: o Tesouro Nacional, o BNDES, o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal, a Petrobrás, e os fundos de pensão, saqueados. Torrentes de dinheiro foram canalizadas para apoiar ditaduras africanas e latino-americanas. Não satisfeito, usou e abusou do aparelhamento do Estado para se consolidar no governo, ao qual procura retornar com o propósito de arrebatar definitivamente o poder como declarou José Dirceu”.

O ex-ministro do Trabalho vaticina que o “segundo turno deverá determinar o fim do PT como força política com a derrota do binômio Haddad-Manuela, pois aos brasileiros respeitáveis não restará alternativa senão derrotá-lo, ainda que o remédio possa parecer amargo”. Pazzionato lembra que o PT “nunca se alinhou com países democráticos, já que perpetrou alianças com a Cuba de Fidel Castro, a Venezuela de Hugo Chaves e Nicolás Maduro, a Bolívia de Evo Morales e ditaduras africanas corruptas”. E por que o PT não faz uma autocrítica? Pazzianotto responde. Se o PT a fizer, se é que a fará, poderá representar a morte definitiva do partido. “Muitos poderão dizer que Lula é o maior responsável por tudo isso. Não. O presidiário foi apenas o líder de um grupo de pessoas arrogantes e sedentas pelo poder. A relutância em fazer uma autocrítica deriva justamente da impossibilidade de o PT continuar como partido” – disse o ex-presidente do TST. Almir Pazzianotto é residente no lado decente do Brasil.