BOLSONARO, NAPOLEÃO E A IMPRENSA

A imprensa brasileira, com raríssimas exceções (e o nosso jornal está nelas), pegou no pé de Jair Bolsonaro e durante meses vasculhou a sua vida montando uma máquina para moer sua reputação como homem público, mas, especialmente, para destruir a sua candidatura. Nenhum outro candidato a presidente teve contra si redações inteiras de jornalistas de cabeça feita pelo esquerdismo acadêmico. Garimpou-se até um processo na área do Direito de Família que, como se sabe, há o segredo de justiça, expediente sagrado em qualquer Poder Judiciário do planeta. Mesmo assim, a candidatura de Bolsonaro vem crescendo a cada pesquisa e lá de cima a Sabedoria Divina sabe como são as sondagens eleitorais no Brasil.

Enquanto deu para prováveis manipulações, as pesquisas foram divulgadas ao sabor das editorias de jornais, rádios, televisões, ora destacando o “ódio feminista” contra Bolsonaro, ora puxando para as manchetes o índice de desaprovação do candidato. Estamos na reta final da eleição do próximo domingo, e as pesquisas continuam apontando o ex-capitão do Exército como o preferido do eleitorado e provável vencedor no primeiro turno. E se Bolsonaro for eleito presidente, vencendo no primeiro ou no segundo turno? É preciso admitir essa possibilidade real, já que, conforme as pesquisas, ele está na frente de seu principal opositor, Fernando Haddad. Ressalte-se: Haddad tem as mesmas chances de Bolsonaro, mas as pesquisas, e somente elas, manipuladas ou não, apontam uma vitória do candidato “direitista”.

Minha curiosidade será sobre o tratamento daqueles setores da imprensa que tentaram destruir a candidatura de Bolsonaro. Será como a imprensa francesa quando abordou a saída de Napoleão Bonaparte rumo a Paris, ao deixar o seu exílio na Ilha de Elba?

As manchetes de um jornal francês mostram como a imprensa gosta de estar próxima do poder.

A primeira manchete: “O Ogro fugiu da ilha de Elba”. Quando Napoleão desembarcou em solo francês: “O ditador desembarcou em terras francesas”. Já com tropas sob seu comando e marchando rumo à capital francesa: “Napoleão avança em direção a Paris”. Ao entrar em Paris, triunfante, a manchete foi a mais pusilânime de todas anteriores: “Sua Majestade, Napoleão Bonaparte, entra triunfalmente no Palácio de Fontainebleau”. A conferir, na próxima segunda-feira, as pusilanimidades atuais.