SEM BLÁ BLÁ BLÁ EM DAVOS

O presidente Jair Bolsonaro surpreendeu a refinada plateia do Fórum Econômico Mundial, em Davos, quando aproveitou menos de sete minutos do tempo previsto para a sua fala aos principais atores da elite da economia global.

Mas Bolsonaro não foi à Suíça para fazer proselitismo de como será o seu governo, e sim para dar uma pauta focada em temas brasileiros que interessam aos investidores, tais como combate à corrupção, segurança jurídica, preservação do meio ambiente, diminuição da carga tributária, equilíbrio das contas públicas, promoção de privatizações, defesa da família, dos verdadeiros direitos humanos, da propriedade privada, da educação voltada aos desafios da quarta revolução industrial e de novas relações diplomáticas.

Mesmo assim, sintetizando as linhas básicas de como será o Brasil nos próximos quatro anos, “especialistas” definiram como superficial a exposição de Bolsonaro, como se ele tivesse a obrigação de ser um parlapatão cucaracho deslumbrado com um púlpito para falar bobagens por 45 minutos ou mentir sobre estatísticas forjadas por assessorias que transformam lugares comuns em frases de efeitos politicamente corretas.

O presidente foi o que costuma ser quando é instado a falar sobre o seu governo.  Sim, mas Bolsonaro ainda “não desceu do palanque”, disse um dos “especialistas” ouvidos pela imprensa nacional, quando, na verdade, ele garantiu que fará o que prometeu e tal atitude é bem diferente do que ainda estar “no palanque”.

Bolsonaro foi a Davos para apresentar, sem ser maçante, um novo Brasil e a ele competiu a tarefa mostrar as diretrizes do governo brasileiro, em linhas gerais.

Os detalhes do que ele apresentou serão de responsabilidade dos ministros Sérgio Moro (combate à corrupção, defesa da família, direitos humanos), Paulo Guedes (contas públicas, privatizações, carga tributária) e Ernesto Araújo (Mercosul, América bolivariana).  Dos últimos presidentes brasileiros que estiveram em Davos, Jair Bolsonaro foi o mais simples e o mais sincero de todos. Falou o que a economia global queria ouvir. Sem blá, blá, blá.