Entre o negacionista e o histérico, por Xico Graziano/Poder 360
“O planeta se salva sozinho”. A frase de Antônio Pinheiro Pedro, secretário municipal de Mudanças Climáticas de São Paulo, causou polêmica noutro dia em evento da OAB-SP. Interrompido enquanto falava, foi acusado de negacionismo. O caso ganhou ampla repercussão. Irada, a procuradora federal Georgia Sena Martins, que tem doutorado em geociências pela Unicamp, afirmou que o secretário falou “um rosário de besteiras”. Dias depois, Pinheiro Pedro foi demitido da prefeitura.
Não está totalmente errado, porém, o exsecretário Pinheiro Pedro. Ao fazer seu cético discurso, ele iluminou uma questão elementar, porém essencial, para se compreender o drama ambiental: quem está em perigo pela degradação das condições de vida é a própria civilização. E não o planeta Terra.
Ou seja, não é o planeta que precisa de ajuda, mas sim os seres humanos que nele vivem.
Embora seja óbvio, o conceito básico nem sempre tem sido reconhecido. Basta procurar na internet e encontrar milhares de ações, educacionais principalmente, preconizando “salvar o planeta”.
Segundo os astrônomos, a Terra existe há 4,5 bilhões de anos, tendo surgido os primeiros organismos vivos há cerca de 1 bilhão de anos. Colisões com asteroides e erupções vulcânicas já causaram pelo menos 5 extinções em massa no planeta – a pior delas há 250 milhões de anos, no Permiano, quando 95% das espécies vivas desapareceram; a mais famosa, há 65 milhões de anos, no Cretáceo, que levou à extinção dos dinossauros e de 80% dos seres vivos.
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