As revelações dos relatórios secretos da Abin sobre o dia 8 de janeiro, por Laryssa Borges, Leonardo Caldas e Hugo Marques/Veja

Responsável por municiar o presidente Lula com relatórios sensíveis e onfidenciais sobre ameaças, convulsões sociais, políticas estratégicas e até potenciais inimigos externos, a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) encaminha ao Palácio do Planalto desde os primeiros dias do ano informes sigilosos com dados que podem levar a potenciais autores, financiadores e artífices das depredações provocadas por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro no dia 8 de janeiro. A produção do inventário, um conjunto de imagens, avaliações de campo e cruzamento de dados que possam explicar o principal ato antidemocrático da história recente começou ainda no governo passado, quando integrantes do serviço secreto brasileiro se infiltraram em grupos de WhatsApp, se misturaram a manifestantes que protestavam contra o resultado das eleições, vasculharam relações empresariais de pretensos alvos e trocaram informações com setores de inteligência, mas mudou de patamar quando a agência acabou convocada para abastecer a equipe à frente da intervenção na segurança pública do Distrito Federal.

Instada a mapear a atuação de grupos que, por extremismo, poderiam provocar tumultos, sabotagens, bloqueio de rodovias e repiques da depredação das sedes dos três poderes, a Abin produziu até o dia 2 de março pelo menos onze relatórios de inteligência exclusivos sobre o quebra-quebra. Os documentos de acesso restrito foram encaminhados à CPI criada para apontar atos de omissão e endosso aos ataques em Brasília e reúnem informações sobre personagens militares de baixa patente, grupos reservados de mensagens que pregavam a tomada do poder, hipóteses de que tresloucados atentaram para instituir o caos no país e planos de arrecadação para que os vândalos pudessem deixar a cidade depois da missão cumprida. Em parte deles, a agência é clara ao afirmar que certos grupos ainda precisam ser monitorados para que novos episódios como os de 8 de janeiro não se repitam.

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