Na boa, Lula: privatiza tudo!, por Elena Landau/O Estado de São Paulo
Lula acaba de revogar dispositivo que determinava a avaliação periódica, pelo Conselho Nacional de Desestatização (CND), da sustentabilidade financeira de estatais. Servia como base para a recomendação de inclusão no programa de privatização (PND). Dada sua posição contra a desestatização, surpreende não ter acabado logo com o conselho.
Esse retrocesso se soma à retirada de várias estatais, muitas inviáveis, do PND. Com a evolução tecnológica, atividades hoje sob administração estatal correm o risco de extinção, como Correios, ou de obsolescência frente às exigências de um governo digital, como Dataprev. Outras sem qualquer razão de existir também ganharam sobrevida, como PPSA e Telebras.
Pior ainda foi a decisão de ressuscitar a Ceitec, que não desenvolveu nenhum produto de qualidade (chips) desde sua criação e, certamente, não vai contribuir para a produção nacional de microprocessadores.
A motivação ideológica bate de frente com a necessidade de ajuste nas contas públicas e de aumento da produtividade da nossa economia, para os quais a desestatização contribui. Além das razões econômicas, é bom lembrar que as privatizações trouxeram benefícios sociais, como a universalização da telefonia e energia elétrica, caminho a ser seguido no saneamento, se o governo não atrapalhar.
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