A agenda de Lula, o toma lá, dá cá e a legitimidade da oposição, por José Fucs/O Estado de São Paulo
Ao terminar a contagem dos votos nas eleições de 2022, um quadro político heterogêneo emergiu das urnas. De um lado, como se sabe, o petista Luiz Inácio Lula da Silva saiu vitorioso na disputa para a Presidência, apoiado pela esquerda e por setores do chamado centro político, com apenas dois milhões de votos a mais do que o ex-presidente Jair Bolsonaro (1,8% dos votos válidos). De outro, na escolha dos integrantes do Congresso, os vencedores foram a centro-direita e a direita, com a eleição de uma bancada parlamentar expressiva, bem maior do que a da esquerda.
Nas contas do professor Denis Lerrer Rosenfield, apresentadas em artigo publicado pelo Estadão, o PT ficou com apenas 68 deputados na Câmara, o equivalente a 13,2% do total de 513. Somando toda a esquerda, ainda segundo as contas de Rosenfield, o bloco alcança só 129 deputados, ou seja, 25%, incluindo partidos como o PSB, o PDT e o Solidariedade, que jamais se submeteram totalmente à hegemonia petista.
Neste cenário hostil para o novo governo, é natural que a relação de Lula com o Congresso seja complicada e que, ao contrário do que aconteceu em seus primeiros mandatos, o Legislativo não funcione como um “puxadinho” do Planalto.
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