Questão democrática, por Merval Pereira/O |Globo
O presidente Lula foi eleito com apoio decisivo de um tipo de cidadão, aquele preocupado em proteger a democracia de uma possível vitória de Bolsonaro na eleição presidencial. A campanha de Lula baseou-se na necessidade de formar uma frente ampla democrática para impedir a continuação de um governo que já deixara clara sua intenção de dar um golpe, que quase se concretizou no dia 8 de janeiro e até hoje impacta nossa sociedade.
Ontem mesmo, o general Gonçalves Dias, que já trabalhara com Lula nos governos anteriores e desfrutava sua confiança a ponto de ser o chefe da segurança pessoal, teve de pedir demissão da chefia do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) diante dos vídeos que demonstravam que ele estivera presente nos atos de vandalismo no Palácio do Planalto — não para impedi-los, ou prender seus autores, mas dando cobertura tácita a eles.
Quando precisou de apoio internacional a favor do que representava sua candidatura, Lula recorreu aos Estados Unidos, cujo governo, liderado por Biden, não se recusou a apoiá-lo, defendendo as urnas eletrônicas e a democracia brasileira. Muita gente acreditou nisso, mas, ao revisitar antigos erros, como o apoio a ditaduras da América Latina, Lula está demonstrando que seu apreço à democracia não é prioritário, se é que existe realmente.
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