‘Por Fidel’: Símbolo da disputa entre EUA e Cuba, Elián González, que foi retirado de Miami há mais de 20 anos, vira deputado, por Marina Gonçalves/O Globo
Nesta quarta-feira, Elián González toma posse como deputado da Assembleia Nacional de Cuba como um dos representantes de Cárdenas, pequena cidade onde nasceu e vive até hoje. Quase 23 anos antes, em 22 de abril de 2000, ele era retirado à força da casa de seus tios-avós em Miami, num evento com extensa cobertura televisiva e que virou símbolo da disputa política entre Estados Unidos e Cuba. O menino, então com seis anos, havia sido resgatado na costa da Flórida após o naufrágio de uma embarcação clandestina que tentava chegar aos EUA. Elián, único sobrevivente, viajava com a mãe, morta na tragédia, e acabou sob cuidados dos familiares que viviam em Miami, contra a vontade do pai, em Havana.
Após meses de uma briga judicial entre os parentes em Miami e a família em Cuba, o menino finalmente voltou à ilha, onde foi recebido pelo próprio Fidel Castro. Nos anos seguintes, Elián e sua família foram ciceroneados de perto pelo regime, que fez do menino a personificação de sua luta contra o império — ainda que o então presidente americano Bill Clinton tenha aprovado sua repatriação.
O pai, Juan Miguel González, tornou-se deputado. Elián agora segue os mesmos passos: mais de duas décadas depois, o cubano, que agora tem 29 anos e é pai de uma menina de dois, acumulará o cargo de deputado ao de engenheiro — ele é subdiretor da AT Comercial Varadero. Antes, foi cadete da Escola Militar Camilo Cienfuegos e membro destacado da União dos Jovens Comunistas.
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