OS ARREPENDIDOS

Saiu notícia sobre políticos arrependidos de não terem apoiado Ciro Gomes. Liderados pelo deputado arrependido de ter votado em Jair Bolsonaro, Alexandre Frota, surgiram manifestações de outros políticos também afetados pelo arrependimento que a eleição presidencial do ano passado provocou nos apoiadores de Lula. São umas marias choronas.

Alexandre Frota não gostou de duas negativas do governo para a diretoria da Ancine sugeridas por ele e aproveitou para chutar o balde com críticas abertas e bem midiáticas contra seu – agora – ex-ídolo que, como se sabe, foi o responsável pelo empuxo da votação do ex-astro de filmes pornográficos.

Parece que o gesto de Frota esconjurando a pessoa de Bolsonaro e seus filhos atiçou o arrependimento de outros políticos que foram derrotados em 2018. Pois não é que também há petistas arrependidos por terem apoiado Fernando Haddad e não Ciro Gomes? O governador da Bahia, Rui Costa, é um deles.

“O certo era ter apoiado Ciro”, disse. O mesmo pensava também o ex-governador e hoje senador petista Jacques Wagner. Os dois sabiam que a candidatura de Lula era um sonho impossível por força da Lei da Ficha Limpa e que Fernando Haddad era mais um poste do ex-presidente.

No entanto, optaram pelo silêncio quando poderiam ter defendido a candidatura de Ciro Gomes, antes da convenção nacional do PT. Outro petista, o ex-ministro da Educação de Dilma, Janine Ribeiro, é mais um engenheiro de obras prontas. Para ele, “foi um erro enorme não terem se aliado (com Ciro) para o primeiro turno de 2018”.

Concordar com Gleisi Hoffmann não é fácil, mas ela tem razão quando sustenta, em resposta aos petistas arrependidos, que “se o eventual apoio do PT a Ciro Gomes, à época, já não se justificava porque nunca foi intenção dele constituir uma alternativa no campo da centro-esquerda, hoje menos ainda, dado que ele escancara opiniões grosseiras e desrespeitosas sobre Lula, o PT e nossas lideranças”.

O próximo arrependido pelo último resultado eleitoral provavelmente seja o próprio Ciro Gomes. Ele vai se arrepender por ter dito à Rádio Guaíba, em 2018, que seria a sua última eleição se perdesse a disputa presidencial.

A conferir, em 2022.

Fala sério, Ciro!