DAMARES E OS ANISTIADOS

A ministra dos Direitos Humanos, Damares Alves, está absolutamente certa em determinar uma auditoria em reparações às vítimas de perseguições políticas concedidas nos governos passados. Nem mesmo o pagador das indenizações – Tesouro Nacional (nós contribuintes) – tem os números exatos do custo dessa aventura que já pode ter alcançado a fabulosa soma de R$ 14 bilhões, entre 2002 e 2017, segundo o jornalista Claúdio Humberto, e outras fontes falam em R$ 10 bilhões.

A confusão dos valores talvez seja uma interpretação do que divulgou o Ministério dos DDHH. Segundo o Ministério, desde que a comissão foi criada, já foram pagos R$ 10 bilhões em indenizações. Outros R$ 14 bilhões, já aprovados pelo grupo, aguardam decisão judicial para serem depositados.

De qualquer maneira, seja lá o que for, o Brasil, mais uma vez, se revela um país patético quando se trata de reescrever a sua própria história. A luta armada durante o regime militar nunca teve tantos militantes como o “efetivo combatente” que ganha a Bolsa Ditadura.

Dados que são questionáveis apontam para 78 mil requerimentos que já deram entrada no governo pedindo indenização e 11 mil ainda aguardam exame da nova Comissão de Anistia, criada pelo governo Bolsonaro. Mas quantos recebem, pontualmente, valores creditados pelo Tesouro Nacional?

Por isso mesmo é que a ministra Damares Alves precisa dessa citada auditoria para um reexame das tais indenizações aos “combatentes” que se insurgiram de armas e bombas nas mãos (e assaltos a bancos) contra os militares que estavam no governo.

Há casos aprovados de indenização como a de um atual militante esquerdista que nasceu quatro anos depois de encerrada a chamada Guerrilha do Araguaia.

Alegação para a concessão do benefício: “traumas” decorrentes daquela luta armada. A antiga Comissão de Anistia acabara de criar uma indenização pré-natal para “guerrilheiros” que sequer estavam em gestação. Nem na Suécia haveria tanta generosidade.

Vá em frente, ministra Damares.