DESPROPORÇÃO ELEITORAL

Na maior democracia presidencialista do planeta – os Estados Unidos – o sistema de votação para a Câmara dos Deputados se consagra pelo voto distrital, bem diferente do voto proporcional, como no Brasil. No entanto, prevalece a máxima “cada cidadão, um voto”.

Sete estados americanos – são 50 – tem apenas um deputado federal, pois são os menos populosos do país, mas a proporcionalidade de votos do Alasca (uma cadeira) é igual a da Califórnia (53 cadeiras), com uma pequena variação. Alasca: 737.438 mil habitantes. Califórnia: 39.144.818 habitantes. Média de habitante por cadeira: 738 mil.

Brasil: 210 milhões de habitantes – 513 deputados federais. EUA: 320 milhões de habitantes – 435 deputados federais. Cada deputado nos EUA representa 738 mil habitantes. No Brasil, não existe “cada cidadão, um voto”. Roraima tem 576 mil habitantes e oito deputados federais. Rio Grande do Sul, 11 milhões de habitantes, 31 deputados.

Se o sistema eleitoral dos EUA fosse aplicado no Brasil, “cada cidadão, um voto”, Roraima teria, no máximo, 2 deputados e o RS, 21 representantes. São Paulo ficaria com 89 cadeiras na Câmara. Na verdade, o Brasil seria mais democrático se tivesse 300 deputados federais e 54 senadores. Neste caso, dois senadores por estado, como nos Estados Unidos.