O BRASIL JÁ FOI DECENTE

Quando D. Pedro II, imperador do Brasil, subiu ao trono, em 1840, 92% da população brasileira vivia no analfabetismo. Em seu último ano de reinado, em 1889, essa porcentagem era de 56%, devido ao seu grande incentivo à educação, à construção de faculdades e, principalmente, de inúmeras escolas, que tinham como modelo o excelente Colégio Pedro II.

A Imperatriz Teresa Cristina cozinhava as próprias refeições diárias da família imperial apenas com a ajuda de uma empregada (paga com o salário de Pedro II). Em 1880, o Brasil era a 4º economia do Mundo e o 9º maior Império da história e a receita tributária provinha de 14 impostos (hoje são 98 tipos de tributos).

A média da inflação foi de 1,08% ao ano e a moeda brasileira tinha o mesmo valor do dólar e da libra esterlina. O Brasil tinha a segunda maior e melhor marinha do Mundo, perdendo apenas para a da Inglaterra.

O Brasil foi o primeiro país da América Latina e o segundo no Mundo a ter ensino especial para deficientes auditivos e deficientes visuais. O Brasil foi o maior construtor de estradas de ferro do Mundo, com mais de 26 mil km. A imprensa era livre tanto para pregar o ideal republicano, quanto para falar mal do nosso Imperador.

“Diplomatas europeus e outros observadores estranhavam a liberdade dos jornais brasileiros” , conta o historiador José Murilo de Carvalho. Mesmo diante desses ataques, D. Pedro II se colocava contra a censura. “Imprensa se combate com imprensa”, dizia.

O maestro e compositor Carlos Gomes, de “O Guarani” foi sustentado por Pedro II até atingir grande sucesso mundial.

Pedro II mandou acabar com a guarda chamada Dragões da Independência por achar desperdício de dinheiro público. Com a República a guarda voltou a existir.

Em 1887, Pedro II recebeu os diplomas honorários de Botânica e Astronomia pela Universidade de Cambridge. D. Pedro era poliglota e a primeira tradução do clássico árabe “Mil e uma noites” foi feita por ele, do árabe arcaico para o português do Brasil.

D. Pedro II doava 50% de sua dotação anual para instituições de caridade e incentivos para educação com ênfase nas ciências e artes. Pedro II fez um empréstimo pessoal a um banco europeu para comprar a fazenda que abrange hoje o Parque Nacional da Tijuca. Em uma época que ninguém pensava em ecologia ou desmatamento, Pedro II mandou reflorestar toda a grande fazenda de café com mata atlântica nativa.

A mídia ridicularizava a figura de Pedro II por usar roupas extremamente simples, e o descaso no cuidado e manutenção dos palácios da Quinta da Boa Vista e Petrópolis. Pedro II não admitia tirar dinheiro do governo para tais futilidades. Alvo de charges quase diárias nos jornais, mantinha a total liberdade de expressão e nenhuma censura.

D. Pedro II andava pelas ruas de Paris em seu exílio sempre com um saco de veludo ao bolso com um pouco de areia da praia de Copacabana. Foi enterrado com ele.

Foi o que “roubou” do Brasil!

(Fonte: Biblioteca Nacional RJ, IMS RJ, Diário de Pedro II, Acervo Museu Imperial de Petrópolis RJ, IHGB, FGV, Museu Nacional RJ, Bibliografia de José Murilo de Carvalho)