PRIMEIRO CARDIODESFIBRILADOR SUBCUTÂNEO É IMPLANTADO

Conversei hoje na rádio Guaíba com o Dr. Roberto Tofani Santanna responsável pela área de transplantes do Hospital de Cardiologia que falou sobre o pioneirismo gaúcho na implantação do primeiro cardiodesfibrilador subcutâneo.

O dispositivo reverte os quadros de parada cardíaca sem a necessidade de tocar o coração do paciente. Quatro especialistas (Roberto Sant´Anna, Gustavo Glotz de Lima, João Ricardo Sant´Anna e Fernando de Souza) participaram do procedimento que foi realizado em uma paciente com miocardiopatia hipertrófica, de 34 anos.

Diferentemente do aparelho tradicional, o cardiodesfibrilador subcutâneo dispensa a necessidade de que o fios (eletrodos) tenham contato direto com a circulação venosa e com o coração do paciente. Isso diminui o risco de complicações imediatas e a longo prazo da cirurgia. O lado negativo do cardiodesfibrilador comum é que, com o passar do tempo, os fios podem sofrer desgaste mecânico e infecção, necessitando de um procedimento complexo e de risco para serem removidos. Estima-se que até 20% dos pacientes apresentam algum problema deste tipo nos primeiros 10 anos após implante do dispositivo.

No caso do desfibrilador subcutâneo, tanto os fios quanto o dispositivo ficam no plano subcutâneo, abaixo da gordura da pele. Ele é capaz de detectar automaticamente e tratar as alterações de ritmo do coração (arritmia), sem contato físico com o órgão, protegendo contra a morte súbita, que acomete cerca de 300 mil pessoas por ano no Brasil.

 

Ouça a entrevista com o Dr. Roberto Tofani Sant´Anna responsável pela área de transplantes do Hospital de Cardiologia.