DESOPRIMINDO A PEDAGOGIA

O futuro titular do Ministério da Educação, o professor Ricardo Velez Rodriguez, terá uma tarefa difícil pela frente nos próximos quatro anos.

A sua pasta vai traçar uma nova política educacional para o Brasil, mas quem vai cuidar da alfabetização e tratar de iluminar as trevas do analfabetismo ( o magistério não é “uma luz nas trevas”?) é o município.

“Aposto, para o MEC – diz Velez Rodriguez -, numa política que retome as sadias propostas dos educadores da geração de Anísio Teixeira, que enxergavam o sistema de ensino básico e fundamental como um serviço a ser oferecido pelos municípios, que iriam, aos poucos, formulando as leis que tornariam exequíveis as funções docentes”.

Assim que o nome do professor Velez Rodriguez foi anunciado por Jair Bolsonaro, a máquina esquerdista de moer reputações entrou em ação com aquele tradicional vitimismo chororô – “foram buscar um colombiano para a Educação como se no Brasil não existisse ninguém para o MEC” – numa tentativa de desqualificar um homem que só é colombiano por ter nascido na Colômbia, mas que optou pela cidadania brasileira em 1997, casando com uma brasileira, tendo chegado em nosso país em 1979.

O esperneio da frente contra Velez Rodriguez é compreensível. A partir de janeiro acaba o aprendizado marxista nas escolas brasileiras e passa a vigorar um sistema educacional tendo como referência a educação (ainda existente) aplicada nos colégios militares – sem ordem unida e continências – onde o princípio básico é o respeito aos professores, uma virtude essencial na vida escolar.

Na educação, conforme pensa o futuro ministro é preciso “que se limpe todo o entulho marxista que tomou conta das propostas educacionais de não poucos funcionários alojados no Ministério da Educação. Isso para início de conversa”.

Não era esta a política de ensino que os pais preocupados com seus filhos no colégio esperavam do governo? Já faz algum tempo que a família brasileira iniciou um processo de desestruturação, a partir do momento em que alunos voltavam das aulas questionando o “comportamento” de seus pais, insuflados por um tipo de ensino “revolucionário”.

Há muito tempo que escrevo aqui neste espaço sobre a inversão de valores dentro de uma sala de aula.

Alunos falando ao celular e espancando professores. E sabem quando tudo isso começou?

Quando os professores permitiram ser tratados por “profi”, “tia” e “tio”. Não pode haver intimidade por apelidos ou parentescos forjados numa sala de aula.

O “oprimido” aluno de Paulo Freire tornou-se o opressor de seu mestre. A hora é de “desoprimir” a educação brasileira.