ESSAS PESQUISAS…

Todo o cuidado é salutar quando se trata de interpretar pesquisas. Números e dados estatísticos quase sempre se prestam para cada interessado neles fazer seus cálculos do seu jeito e daí tirar conclusões. Pode-se trabalhar com números relativos e números absolutos, porque qualquer que seja o resultado obtido, o máximo de rendimento é uma boa discussão entre amigos e adversários. A mais recente pesquisa do DataFolha, divulgada nesta quinta-feira, apresenta números instigantes para aquele exercício citado acima.

Antes dela, o candidato Henrique Meirelles, no dia 19, valeu-se dos dados da penúltima para dizer que o crescimento de 1% para 3%, mais as pesquisas internas que lhe dão 4%, declarou: “Estou deslanchando e basta manter essa velocidade que vou ganhar a eleição, no primeiro turno”.

Ele estava falando sério no fórum Amarelas ao Vivo, da revista Veja. Fernando Haddad também está confiante na subida que vem tendo em todas as pesquisas – agora acreditando nelas – e acha que estará no segundo turno com Jair Bolsonaro. Ciro Gomes também acredita na possibilidade do segundo turno porque a pesquisa do DataFolha mostra o pedetista com 13% logo abaixo de Haddad com 16%. Para efeito de cálculo estatístico há um empate técnico entre os dois, considerando-se os tais pontos percentuais da margem de erro – três pontos para cima ou para baixo.

A aposta de Ciro Gomes é tirar votos de Geraldo Alckmin que mesmo tendo o maior tempo de rádio e televisão ficou com 9% empatado tecnicamente com Marina Silva que tem 7%, com a mesma base de cálculo de Ciro Gomes – as oscilações da margem de erro.

Quem tira o melhor proveito das pesquisas é Jair Bolsonaro, na frente em todas elas. Na pesquisa desta quinta-feira, o grupo de apoio ao candidato valeu-se dos resultados por regiões brasileiras (um dos extratos da pesquisa)para mostrar a confortável situação desfrutada por ele.

Bolsonaro está muito bem na maior delas (Sudeste – 63.902.501 eleitores) com 30% seguido de Haddad com 13%, Alckmin com 12%, Ciro com 11% e Marina com 7%.

Na Região Sul (21.396.031 eleitores), Bolsonaro tem 37%, Haddad 10%, Ciro 9%, Alckmin 5% e Marina também 5%.

Na Região Norte (11.533.833 eleitores), Bolsonaro tem 32%, seguido de um empate entre Ciro e Haddad, ambos com 16%. Outro empate desta vez entre Alckmin e Marina: 8% para cada um.

Na Região Centro-Oeste (10.747.116 eleitores), Bolsonaro tem 36%, Haddad 12%, Ciro 11%, Alckmin 7% e Marina 6%.

A única região brasileira onde Bolsonaro não vence é na Região Nordeste (39.222.149), quando Haddad alcança 26% e Bolsonaro com Ciro ficam empatados com 17%. Marina supera Alckmin: ela com 9% e o ex-governador paulista com 6%. Mas, vejam bem, são apenas números com suas interpretações ao gosto de cada um.

Pesquisas são para isso mesmo.